terça-feira, outubro 13, 2009

Durante o Expediente

foto:reprodução

Acostumados com uma relação cheia de amor, onde o poder se alternava num jogo de sedução, segredos, carícias e as desavenças habituais que todo casal normal vivencia, eles se deparavam ali, lado a lado, não dividindo apenas a mesma cama, mas a sala de reuniões, os eventos profissionais e as viagens de negócio. Há relação que agüente tudo isso, esse excesso de presença um do outro, até no ambiente de trabalho? Acredite, pois existem relacionamentos que perduram deste modo. Ela se sentia confortável em saber que ele estava presente na sala ao lado e que se batesse aquela saudade, sorrateiramente levaria a ele um impresso qualquer, sem importância alguma, só para matar o desejo de vê-lo. Apenas isso, vê-lo. Nada de beijos e mãos dados pelos corredores da empresa. Como eram sábios e corretos. Vendo os dois trabalhando, com o passar do tempo notava-se que a cumplicidade entre eles só aumentava. Ciúme obsessivo, desses que as mulheres têm, aliados a possessão e curiosidade em controlar telefonemas e emails não caberia naquela relação. Se algum dia for trabalhar com seu marido, livre-se dessas características, ou melhor, livre-se delas independentemente da situação, ou seu casamento estará fadado às ruínas. Quem achava que eles não tinham tempo para sentir saudade um do outro, enganava-se redondamente. Após o expediente voavam para casa e assim como qualquer casal, namoravam, assistiam TV e trocavam suas experiências do dia. Problemas do trabalho eram discutidos no trabalho, problemas de casa, discutidos em casa. Ótimo, pois não há nada mais desagradável que presenciar uma briga de casal, aliás, presenciar qualquer briga acaba por ser uma agressão a nós mesmos. Viva e não se permita presenciá-las. Será melhor! Sem nenhuma fórmula mágica, o amor e a sabedoria andavam juntos naquela relação, assim como toda relação deveria ser, enriquecedora em todos os sentidos.