domingo, maio 24, 2009

foto reprodução: Cildo Meireles “Desvio para o vermelho” (Instituo Cultural Inhotim - Minas Gerias)

Dois Novos Amores

Há um mês da programada viagem para a fabulosa London city, ela resolve conhecer seu mais novo grande amor. Resolve não, porque se tivesse que resolver se apaixonar na véspera do embarque, jamais submeteria a este, digamos assim, contratempo amoroso. Justo no momento em que se permitiu sentir livre, longe de todos, sem apego a ninguém, eis que este rápido amor surge, sem ao menos dar a chance de defesa. Depois de médicos, advogados, professores e empresários, diferentes de todos que já teve, com suas palavras doces e seu jeito tranqüilo, às vezes meio aéreo, ela se vê invadida pelo amor de um artista plástico. Tudo muito rápido, assim como as coisas acontecem hoje. Se apaixonou ontem e viajaria amanhã. Foi assim, tão de repente e quando se deu conta, já estava na porta do museu internacional britânico de arte moderna, a Tate Modern. Indicado por quem? Por seu fast lover, claro! Entrando no clima e já enrolando seu inglês, se viu entusiasmada por este amor, querendo respirá-lo, senti-lo bem perto e conhece-lo mais, saber de seus interesses, do que o faz mover. Ela foi então apresentada ao artista plástico Cildo Meireles, ou melhor, pôde conhecer sua mostra que acontecia na Tate. Meireles é considerado um dos mais importantes artistas da nossa cena contemporânea. Ele é um artista brasileiro. Vai me dizer que nunca ouviu falar dele? Tudo bem, está perdoado, ela também não conhecia seu trabalho até então. A mídia não costuma explorar a fundo as artes plásticas em suas pautas, não a privilegia o quanto deveria. O jeito é você ligar o radar e ir em busca desta informação ou se preferir, se apaixonar por um artista plástico. Qual a melhor opção? Não importa, o que importa é que na mostra ela conheceu mais sobre o mundo das artes plásticas, de quem a vive. Nas salas da mostra de Cildo, somos convidados a interagir com seis mil fitas métricas e mil relógios (”Fontes”), na outra com uma torre de rádios sintonizados em estações diversas (”Babel”), ou ainda no quadrado onde você pisa em milhares de moedas, literalmente andando sobre dinheiro (“Mission/Missions”). No Brasil Cildo tem seu trabalho (“Desvio para o vermelho”) exposto no Instituo Cultural Inhotim (Minas Gerias). Ela jamais imaginaria pisar ali, sua intenção mesmo era conhecer todos os pubs londrinos, aqueles famosos inferninhos noturnos. Tudo mudou! Como valeu a pena se apaixonar na véspera daquele embarque. Ela conheceu um novo mundo. Agora, de volta ao Brasil, tem dois novos amores: as artes plásticas e o tal artista plástico. Faça o mesmo, se permita, apaixone-se também e aproveite para vivenciar possibilidades e apreciar coisas novas.

Um comentário:

Ivan Gonçalves disse...

Aqui, po acaso seus testos referem-se a algumas amigas? Que coincidência! akaka at+