sábado, janeiro 13, 2007

PAIXÃO CIBERNÉTICA

Lá se foi o tempo em que lugar de paquerar era no banquinho da praça. O celular se tornou um grande aliado para este tipo de relacionamento. Vivemos em uma época de intensa convivência e o celular é um mal necessário do mundo moderno, que nos deixa escravo desse tal aparelhinho.

Amigos de trabalho, ele era assim um tipão, moreno, alto, cheiroso e com aquele narizão, que rouba todo o oxigênio de qualquer mulher que se aproxime. Chega a faltar ar, dizia ela sem entender o que estava acontecendo entre os dois, ou melhor, fingia que não entendia nada. Também na situação que se encontrava coitada, já tinha lido diversas matérias em revistas femininas, com depoimentos de mulheres que se apaixonaram pelo seu amigo gay e que nunca foram retribuídas por essa paixão incandescente, meio louca e inexplicável.

No caso dela foi diferente, o lance entre os dois era recíproco a ponto de qualquer um duvidar e não acreditar. Duvidar porque? Pelo simples fato de seu amigo ser gay, dela contar todas as suas histórias para ele, saírem juntos para beber e falar de outros homens, essas coisas que mulher adora confidenciar e pedir opinião. Era assim a amizade dos dois, algo que ia além de uma simples amizade. E vai tentar entender!

Sem entender mais nada, ela ficava ali, horas e horas pensando nele e nas mensagens do celular que recebia, tão instigantes. Isso mesmo, se fosse para defini-lo com uma única palavra, seria instigante. Trocavam mensagens sempre. Tudo bem que faltava um contato físico, digo freqüente como as mensagens iam e vinham de um celular para o outro. Mas que já tinha rolado uns encontros, tinha sim, diferente dos encontros de trabalho, lógico.

O celular tornou-se parte de seu corpo, o seu mais íntimo confidente. Era através do aparelho que os dois mantinham os contatos mais secretos, de declarações a arranca-rabos. A última briga que tiveram pelo celular foi quando ela decidiu em última hora viajar com uma amiga e foi sem avisar ninguém, viajem rápida. Brigaram sim, pois ela desligou o celular e foi condenada por esse ato insensível e de péssimo tom. Pensa só, desligar o celular e me deixar aqui sem notícias.

O que ela queria mesmo era se esconder do mundo, não querer acreditar que estava apaixonada e que num simples gesto ao enviar uma mensagem para o celular dele, ele estaria ali, pronto para tê-la em seus braços. Pensaram em até fugir juntos para Veneza, viver essa paixão, sem nenhum ter de dar explicações para ninguém do que estava acontecendo. Mas isso é outra história que te conto depois, agora não posso, meu celular tocou...
Celular D&G, um charme a mais no look
Foto: reprodução
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